1. “Birdman”
e “Boyhood”, os favoritos da noite, embora igualmente ótimos, têm propostas
totalmente diferentes: enquanto o primeiro tem um rigor técnico incrível impressionante
em cada tomada, o outro tem a (falsa) ideia de despretensão, de processo intuitivo
de um “vamos ligar a câmera e ver no que dá”. A técnica venceu a intuição.
2. A hora e a vez de Julianne Moore, enfim,
chegou! E com algum atraso. Como não ficar feliz com a premiação dessa grande
atriz? Sim, “Para sempre Alice” não é o melhor trabalho de Julianne. Ela já
deveria ter vencido com “As horas” ou “Longe do Paraíso”. Mas ainda sim, Julianne
era a melhor das indicadas, seguida de perto pela também maravilhosa, mas já
oscarizada, Marion Cotillard.
3. Agora
que se fez justiça a Julianne, está mais do que na hora de dar um Oscar para
Glenn Close por qualquer coisa que ela faça.
4. Lady
Gaga arrasou sim na homenagem aos 50 anos de “A noviça rebelde”. Mas a simples
presença de Julie Andrews rouba qualquer cena.
5. A
Academia adora sim premiar atores que fazem papel de doentes e moribundos. Mas
justiça seja feita: Eddie Redmayne foi muito além disso. Em “A teoria de tudo”,
ele está apaixonante desde o primeiro minuto. Sorriso cativante e olhar terno.
E o trabalho corporal do ator na fase crítica da doença é incrível.
6. Mas
confesso que meu favorito era Michael Keaton, que interpretou o melhor papel de
sua carreira em “Birdman”. Nunca fui grande fã, mas depois de Birdman confesso:
me apaixonei completamente por Michael Keaton e mal posso esperar pelo próximo
filme dele.
7. Saudades
dos tempos em que sabíamos cantar de cor as canções indicadas ao Oscar e as
letras dos sambas-enredo do ano. Mas, pelo menos, venceu a melhor, “Glory”, do
filme “Selma”.
8. Rosanna
Arquette, a partir de agora, já pode ser oficialmente conhecida como a irmã da
Patricia. Brincadeiras à parte, pra quem viveu os 80’s, Rosanna será sempre memória
afetiva.
9. O
teor político do discurso de alguns vencedores – Patricia Arquette em favor das
mulheres com direito a aplausos efusivos de Meryl Streep; Grahan Moore em favor
dos diferentes (leia-se gays); e os compositores John Legend e Common da canção
“Glory”,do filme “Selma” pelos direitos civis iguais entre brancos e negros –
só comprova a maravilha que é o cinema e as artes cênicas em geral. Enquanto a
política oprime e massacra, a arte denuncia, emociona, redime. Viva o cinema!
10.
Meryl Streep deveria ser como Clovis Bornay nos
antigos concursos de fantasia: hors-concours. Aliás, quando irão instituir a
categoria de melhor Meryl Streep?
Ano que vem tem mais! Confira a lista dos premiados:
Melhor filme: "Birdman"
Melhor diretor: Alejandro González Iñárritu, "Birdman"
Melhor ator: Eddie Redmayne, "A Teoria de Tudo"
Melhor atriz: Julianne Moore, "Para Sempre Alice"
Melhor ator coadjuvante: J.K. Simmons, "Whiplash - Em Busca da Perfeição"
Melhor atriz coadjuvante: Patricia Arquette, "Boyhood - Da Infância à Juventude"
Melhor roteiro original: "Birdman"
Melhor roteiro adaptado: "O Jogo da Imitação"
Melhor animação: "Operação Big Hero"
Melhor filme estrangeiro: "Ida", da Polônia
Melhor documentário: "Citizenfour"
Melhor edição: "Whiplash - Em Busca da Perfeição"
Melhor fotografia: "Birdman"
Melhor direção de arte: "O Grande Hotel Budapeste"
Melhores efeitos visuais: "Interestelar"
Melhor edição de som: "Sniper Americano"
Melhor mixagem de som: "Whiplash - Em Busca da Perfeição"
Melhor figurino: "O Grande Hotel Budapeste"
Melhor cabelo e maquiagem: "O Grande Hotel Budapeste"
Melhor trilha sonora original: "O Grande Hotel Budapeste"
Melhor canção original: "Glory", do filme "Selma"
Melhor curta-metragem: "The Phone Call"
Melhor curta-metragem de animação: "O Banquete"
Melhor curta-metragem de documentário: "Crisis Hotline: Veterans Press 1"